Lembram-se da Alice, que não sabe aonde quer chegar, perguntando para o Gato qual caminho pegar ?
A resposta : quando não sabemos exatamente o que queremos podemos até chegar em “algum lugar”, “depois de caminhar bastante”.
A situação não é diferente quanto ao uso das palavras e de seus significados. Se não soubermos exatamente o que elas significam e aonde se encaixam teremos sim resultados. Porém, o que realmente interessa é: os resultados que estamos obtendo são os que de fato desejamos ? Estamos chegando ou ainda caminhando para onde de fato queremos ?
Afinal, do que estamos falando ? De sentimentos ?
Sim, e essa é a questão: a palavra “sentimento” é utilizada em mais de um contexto e também é confundida com a palavra “emoção”.
No primeiro post disse que “sentimento” deriva do latim “sentio, -ire, sentire”, que significa perceber, compreender pelos sentidos; e que alguns sentimentos podem ser modificados por simples alteração de nossa postura corporal, de nossa fisiologia.
Nesse post quero falar sobre os sentimentos que temos sobre as coisas que acontecem à nossa volta e que afetam a nossa identidade, a nossa personalidade – que afetam o “como me vejo”, “eu comigo mesmo”.
Quero convidá-lo(a) a pensar na estória do “patinho feio”. Ele vivia triste por acreditar ser um simples patinho, feio e rejeitado. Ele acreditava, mas não era. E acreditou até o dia em que cresceu e viu sua imagem refletida na água.
Do que estamos falando ?
De condicionamentos, de como muitas vezes fomos e somos levados a nos sentirmos inferiores, incapacitados, chatos, preguiçosos, burros; com graves danos e prejuízos a nossa “identidade”, a nossa “essência”.
E o grande pulo do gato é: precisamos aprender a separar o que é “comportamento” do que é “identidade”, essência”.
Somos o que somos, sem nada mais para por ou tirar; nossa essência precisa ser protegida, preservada.
A maneira como nos comportamos, a forma como agimos e reagimos, essa sim pode ser alterada, modificada, praticada e está diretamente ligada a forma como nos sentimos, como nos percebemos.
Ainda que tenhamos a solução para um determinado problema, se nos sentirmos incapacitados, muito provavelmente teremos dificuldade em resolvê-lo, talvez sequer saibamos como agir.
Agora, se focarmos nossa atenção em nossos comportamento ou atitudes, poderemos nos utilizar de um princípio que diz “todo comportamento é adequado para um contexto específico”.
Portanto, a partir desse momento você já tem uma nova oportunidade de escolha: quando alguém te rotular de “chato”, “preguiçoso” ou o que for, ao invés de se sentir como um chato, ao invés de pensar ou concordar que de fato é um preguiçoso, procure verificar se os comportamentos, se suas atitudes estão sendo adequadas para aquele contexto; procure verificar se o que está fazendo pode ser feito de outro jeito.
E a dica maior: acolha-se (tal como o garotinho dessa foto) e preserve sua identidade, sua essência. Nunca permita que alguém o desvalorize, o desqualifique. Analise seus comportamentos, suas atitudes e mude-as se necessário; mas seja quem você realmente é.
Fraterno abraço.
Nota: leia também a “fábula da águia e da galinha”, no link “artigos e metáforas”. Espero que goste.